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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Porque era ela Porque era eu - Glenda [1:1]

E o velho livro foi folheado mais uma vez, na busca pela única resposta que o satisfazia; o perfume da mulher que possuiu e amou por longos três anos. Os pedaços da flor que ela largou para trás amarelavam aquelas páginas como se o livro chorasse pela sua partida. Ali, ele entendeu que o amor ultrapassa todos os conceitos previstos e ditos desde o princípio da vida; amor não intitula, ele é auto-suficiente até mesmo em seus conceitos.

A garrafa do seu uísque favorito estava se acabando e não tinha ânimo nem para ir ao supermercado ou a um bar qualquer, o seu pretexto foi o cigarro, pois odiava sentir o cheiro da fumaça em seus móveis. Pegou a jaqueta, jogada na poltrona, e a chave do carro, abriu a porta e olhou para a bagunça que ela deixara, virou as costas e bateu a porta devagar.

Desceu as escadas sem perceber. Quando se viu, já estava empunhando a chave do carro no ato automático de destravá-lo; mudou de idéia e resolveu caminhar naquela tarde fria de um verão qualquer. Tão fria que lhe parecia inverno, com as mãos no bolso e cabeça baixa não percebeu quem passou por você e, continuou nos seus passos desolados. Tirou um único cigarro do bolso acompanhado do isqueiro, logo pensou que deveria ter comprado três maços ao invés de três cigarros. Mas isso o tiraria de casa mais vezes do que pretendia, desistiu da idéia.

Ela o fitava, via caminhar em direção ao nada e afundar os seus pulmões naquela fumaça densa que sai entre seus lábios. Virou-se de costas e continuou o seu caminhar.

Erick entrou no primeiro botequim que encontrou, o frio acabou deixando-o mais triste e pediu um copo de uísque. Mal sabia ele quem o observava de longe, olhos de lince, olhos de cobiça. Tomou o primeiro copo como quem engole um comprimido, numa velocidade que nem o gosto sentiu, pediu mais um e o segundo tomou mais devagar, a carcaça já estava aquecida.

Percebeu que alguém caminhava em sua direção, olhou para o lado e se deparou com a mulher mais sexy que poderia ter visto. Olhos marcados, boca vermelha e um apelo sexual que parecia envolver todos os homens, menos ele, naquele momento. Sentou-se ao seu lado, pediu mais um uísque, ela pediu um Martine.
Martine, bebida de mulheres que sabem o que quer ou que quer conquistar alguém, pensou. Erick sentiu algo macio tocar seu ombro, era a mão de Glenda:
– Olá, posso lhe fazer companhia? Está um dia muito frio para está só. - Ele consentiu com a cabeça somente para não ser indelicado o que queria mesmo era distância de qualquer pessoa que tentasse ser simpático para conquistá-lo.

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