No escritório, Edson e Silvia ainda discutiam sobre o quão empolgante este caso pode ser.
– Até Carlos, que não costuma se empolgar com nenhum caso, admitiu que essa é a investigação mais excitante da vida dele! – exagerou Edson.
– Ele não disse nada parecido com isso! – argumentou Silvia.
E a discussão prosseguia.
Carlos ouviu o seu nome ser mencionado, mas não queria entrar na conversa e foi direto para Marcone, que agora examinava de perto a escrita em sangue na parede.
– Encontrou mais alguma coisa que possa nos ajudar? – perguntou Carlos, sem muita esperança.
– Não – respondeu Marcone. – está tudo muito limpo. Como se fosse tudo friamente calculado.
– Você sabe que eu não acredito em “tudo friamente calculado”.
– É, você sabe o que eu quis dizer...
– Esse assassino deixou passar alguma. Ele teve que improvisar algo. Nem que seja na hora de arquitetar o crime.
– Pelo menos aqui, eu acredito que nós não vamos encontrar mais nada que possa ajudar.
– Então, está na hora de irmos. Não vamos conseguir fazer mais nada cansados e com sono.
Carlos virou-se para Silvia.
– Silvia, você já coletou tudo o que precisa?
– Sim, senhor – respondeu Silvia, batendo em sua sacola.
– Perfeito – Carlos fazia um legal com a mão para perita. – Agora eu gostaria que você tirasse fotos de todo o escritório, não apenas das partes mais relevantes – pediu Carlos. – E, por favor, dê um destaque maior à estante de livros.
– Perfeito – agora Silvia consentia também fazendo um legal com a mão.
Carlos saiu do escritório, seguido por Edson e Marcone, enquanto Silvia começava a bater as fotos que Carlos havia solicitado.
Na sala, havia dois policiais conversando na porta de entrada e Olavo estava sentado no sofá chorando. Carlos se aproximou dele.
– Sr. Olavo, essa é a minha equipe e nós já fizemos tudo o que podia ser feito aqui. Colhemos provas e informações para nos ajudar a resolver o caso. Agora partiremos para as investigações internas. Acredito que em breve descobriremos o culpado para que a sua família possa ter a justiça que merece.
– Justiça? – questionou Olavo. – Nenhuma justiça trará o meu irmão de volta.
– Nós sabemos disso. Mas acredite, prendermos o assassino fará você e sua família se sentirem melhor.
Carlos não esperou alguma resposta de Olavo e foi em direção a porta. Assim que ele saiu da casa, ele parou e fez um muxoxo.
– Só me faltava essa...
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