Durante algum tempo, Lúcio ficou pensando naquela frase. Parecia que o livro estava falando diretamente com ele. Será que é minha responsabilidade? - Pensou ele, lembrando-se da conversa que tivera com o psicólogo.
Voltando então a sua atenção ao livro, percebeu que havia terminado de ler o primeiro capítulo. Passou a página para continuar a leitura mas parou de repente.
Os outros dois, interessados em ouvir o restante da história, reclamavam:
- Por que parou? - interrogou Esteves.
- Vamos, amor. Continue! - implorou Jaqueline.
- Não posso. Não consigo ler o restante das páginas. - disse Lúcio, folheando o resto do livro - Parece que está escrito em códigos.
O capítulo que se seguia parecia estar escrito de maneira diferente, de uma forma que Lúcio não mais conseguia entender. Quando ele tentava forçar a visão de modo a desvendar a escrita, a sua dor de cabeça aumentava.
Lúcio passou então o livro para a namorada que, juntamente com Esteves, se debruçaram sobre ele, tentando ler os textos.
Após muito folhear o livro, Esteves concluiu que o padrão de escrita havia realmente mudado do primeiro para o segundo capítulo. Os novos símbolos eram muito distintos dos antigos, e assim como estes, não faziam o menor sentido para ele.
Estranhamente, a temperatura da sala foi aumentando enquanto Jaqueline estava "queimando" os neurônios, tentando decifrar aquela nova escrita. O abafamento do local já estava incomodando Esteves, que agora andava de um lado para outro da sala, imaginando as possibilidades de combinações de símbolos para resolver aquele enígma.
Os dois amigos de Lúcio estavam tão concentrados em resolver aquela questão que nem se deram conta de que ele estava mal. Sua dor de cabeça estava insuportável. Sua visão turva estava escurecendo e ele parecia estar queimando em febre.
Foi quando um "baque" fez os outros dois prestarem atenção novamente em Lúcio. Este agora estava no chão, desacordado.
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