- Minha cabeça dói. - disse Lúcio ao acordar.
- Que bom que acordou, amor. - disse Jaqueline, segurando com força a mão do namorado. - Que bom que está bem! - continuou, limpando com o braço os olhos molhados.
- O que aconteceu? - perguntou Lúcio, acariciando a mão de Jaqui.
- Você desmaiou, cara. Te trouxemos para cá. - falou Esteves, aos pés da cama onde Lúcio estava.
Lúcio olhou ao redor e viu o quarto do hospital onde tinha estado no dia anterior. Na porta do quarto, Bárbara, a mãe de Jaqueline, estava ao telefone.
- Cara, que bom que está bem! - falou Esteves, encarando-o e fazendo-o voltar a atenção ao amigo. - Ficamos preocupados.
Bárbara desligou o telefone e caminhou em direção à cama.
- Que bom que acordou, querido. Estava falando com sua mãe. Ela já está vindo para cá. Como está se sentindo?
- Ainda me sinto um pouco estranho. Mas nada comparado ao que passei ontem.
Todos fizeram uma cara de espanto, como se não compreendessem sobre o que Lúcio estava falando.
Lúcio não gostou nada daquela reação. Mal estava se recuperando do incidente no lago do dia anterior e já havia passado por outras situações complicadas naquele dia. - Por que será que fizeram esta cara de espanto - pensou Lúcio.
- A que se refere, Lúcio? - perguntou o doutor que cuidara dele no dia anterior. - Estes desmaios já vêm acontecendo com freqüência?
- Não, doutor. Me referia ao que aconteceu no lago ontem. Aos sonhos que estava tendo antes de...
- Lago? Sonhos? - o doutor o interrompeu. - Está tendo pesadelos ultimamente? Pedirei ao psicólogo que o atenda em instantes.
- Eu já o visitei ontem. Dr. Edgar e eu tivemos uma longa conversa. Ele me ajudou com os meus sonhos...
- Dr. Edgar? Não temos nenhum Edgar em nossa equipe. O Dr. César é o nosso psicólogo. Você tem...
Neste momento, Mônica apareceu na porta do quarto, interrompendo o diálogo entre os dois. Ela então correu em direção ao filho.
- Graças a Deus!!! - Mônica o apertava com força. - Você está bem, meu amor?
- Sim, mãe. Estou bem. Só estou com uma dor de cabeça estranha. Está tudo meio embaralhado em minha cabeça.
Mônica, preocupada, pede detalhes ao médico sobre o que aconteceu, mas lembra-se que esquecera totalmente de cumprimentar as pessoas da sala quando adentrou nela.
- Oh, desculpem a minha falta de educação, gente. Estava tão preocupada que esqueci os bons modos.
- Não se preocupe - disse Bárbara - Entendo perfeitamente a sua preocupação. Também estava muito preocupada.
- Bem, Srª Mônica, - iniciou o doutor - seu filho teve um desmaio por causa do baixo nível de açúcar no sangue. Provavelmente não deve ter se alimentado direito.
- E quando ele pode ir para casa, doutor?
- Agora mesmo. Só preciso assinar o prontuário, liberando-o. Marcaremos depois uma consulta com Dr. César. Acabaram de me avisar que ele já foi embora.
. . .
Lúcio estava achando aquilo tudo estranho. Ao chegar em casa, subiu direto para o quarto, pegou o telefone e ligou para Esteves. Precisava saber o que era tudo aquilo? Ele não podia estar louco. Será que tudo aquilo não passou de um sonho? - pensava Lúcio.
O telefone chamou uma vez e logo uma voz do outro lado da linha falou:
- Esteja em 10 minutos no clubinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário