Uma dúzia de repórteres se encontrava em frente ao portão de entrada da residência da família Gusmão. Alguns policiais continham os repórteres mais eufóricos para que eles não cruzassem as faixas de Não ultrapasse.
Carlos estava parado na porta da mansão. Ele realemente não estava no clima para entrevistas. Principalmente, às duas horas da madrugada. Ele conseguia escutar perguntas direcionadas a ele, apesar de não se concentrar em entedê-las, e flashes mirando o seu rosto.
– Parece que vamos aparecer na televisão – comentou Edson ajeitando o cabelo.
Marcone e Carlos lançaram um olhar de censura para ele.
– O que foi? Já que não tem outro jeito, então é melhor eu estar arrumado quando forem me filmar – argumentou Edson.
Luís Fernando também estava tentando conter a multidão de jornalistas, até que avistou os companheiros de trabalho e foi na direção deles.
– Quem deixou os abutres entrarem? – perguntou Carlos ríspidamente, antes mesmo de Luís Fernando se aproximar.
– Eu não vi o momento em que eles entraram. Estava me limpando – respondeu Luís Fernando mostrando que a camisa que ele vestia estava molhada. – O jovem que veio junto com o filho de Otávio vomitou em cima de mim. Agora ele está ali deitado – e apontou para um banco no jardim no qual Lucas estava deitado.
Carlos nem ao menos virou o rosto.
– Mas como os jornalistas entraram? – insistiu Carlos, ignorando o argumento de Luís Fernando.
– Parece que alguns deles se passaram por moradores, aí outros foram entrando até que a coisa perdeu o controle.
Carlos olhou para a entrada da residência cercada de repórteres. Ele sabia que teria que passar por ali para chegar até o seu carro. Então ele simplesmente respirou fundo e fio andando a passos apressados, seguido pelos outros três agentes.
– Edson, você vai na frente – chamou Carlos, sabendo que essa talvez fosse a melhor opção de fuga, já que Edson certamente iria querer ser entrevistado.
Edson se apressou para ir na frente deles.
– E cuidado com o que fala – advertiu Carlos.
Os quatro alcançaram o portão de entrada e a enxurrada de perguntas vindas de todos lados começou:
– Otávio Gusmão realmente foi esquartejado?
– O que foi roubado da mansão?
– Foi um crime político?
– Solange matou mesmo Otávio Gusmão?
Os agentes passaram pelos jornalistas sem responder as perguntas, exceto por Edson que ocasionalmente parava para confirmar ou desmentir algum boato.
Estrategicamente posicionada no final do corredor polonês feito pelos jornalistas, estava a repórter Katarina Glock, conhecida por ser a primeira a aparecer em todas as cenas de crime e divulgar as notícias em seu programa de televisão matianl com um sensacionalismo acima do normal.
Ao avistá-la, Carlos tentou se esquivar, mas era tader de mais. Ela já estava parada posicionada de frente para ele.
– Como está a situação lá dentro, Detetive Almeida?
Carlos hesitou alguns instantes para responder e de repente milhares microfones o cercaram.
– Nós estamos mantendo a situação sob controle. Otávio e Solange Gusmão foram vítimas de um homicídio brutal. Ainda não podemos comentar sobre suspeitos. Faremos o possível para dar todo o suporte à família deles, além da família do segurança que também foi assassinado. Vocês receberão mais informações em breve.
Após responder a pergunta de maneira padrão, Carlos se apressou a sair do círculo de repórteres e entrar em seu carro.
Katarina se virou para a câmera.
– Todas as informações sobre esse terrível crime ocorrido na terra dos ricos vocês acompanham comigo no A Hora do Povo.
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