– Ok, pessoal, vamos ao trabalho – falou Carlos batendo palmas indicando para o pessoal sair da sala. – Manterei o senhor atualizado agora Doutor Barbosa.
Os agentes e a perita foram se levantando, arrumando as suas coisas e saindo da sala.
– Eu preciso ficar sempre bem informado sobre esse caso em especial. Já evitei algumas pessoas da imprensa hoje, mas a equipe da repórter Katarina Glock já me fez algumas perguntas por telefone enquanto eu vinha para cá. E eles disseram que farão uma matéria aqui na Delegacia ainda pela manhã – César falava com um pouco de empolgação.
– O senhor sabe que temos que ser caute...
– Ei, Silvia!
Carlos foi interrompido por César chamando a pertia, que foi a última a sair da sala de reunião.
– Você está com as fotos da cena do crime aí? Preciso dar uma olhada nelas.
– É... – Silvia começou a repsonder, mas parou.
Carlos estava discretamente fazendo sinal com o dedo para que Silvia respondesse que não.
– É eu... – Silvia continuava sem saber muito bem o que dizer. – Eu tenho elas na minha máquina, irei imprimí-las e colocarei na mesa do senhor.
– Por gentileza, eu preciso delas ainda essa manhã – o tom de César era de uma calma irritante.
– Sim-sim, senhor .
A perita confirmou de cabeça baixa e saiu da sala toda desajeitada, quase durrabando as suas pastas.
César se virou para Carlos.
– Vamos dar prosseguimento a nossa conversa. Quem são os nossos suspeitos? Quais os motivos? De onde as investigações irão começar?
Ouvir César querer se inteirar do caso com tanta empenho quando na verdade ele não tem o menor interesse em ajudar, apenas se promover, causou uma certa irritação em Carlos.
– Bom, suspeitos efetivamente nós ainda não temos. Começaremos as investigações interrogando todos os porteiros do condomínio. Também investigaremos todos os serviços solicitados por Otávio e sua família nos últimos meses.
– Quais são as nossas suposições para o crime? – César soava como um repórter, entrevistando Carlos.
– As nossas – Carlos procurou enfatizar bem a palavra – suposições iniciais são de um crime encomendado. Entretanto, ainda não encontramos um motivo para isso, umas vez que Otávio Gusmão aparentemente era um cidadão exemplar.
– Muito bem – César falava enquanto se levantava. – Tem mais alguma coisa a acrescentar?
E ficou parado esperando uma resposta do agente.
Carlos ficou pensando se deveria mencionar o Ás de Ouros para César, mas ele certamente liberaria essa informação de imediato. Então ele achou que era melhor ocultar essa informação por enquanto.
– Nada que me venha a mente no...
Uma moça ruiva bateu na porta da sala de reuniões e entrou.
– Desculpa interromper os senhores – disse a moça timidamente. – Doutor Barbosa, tem uns repórteres aqui dizendo que tem uma entrevista marcada com o senhor.
– Mas já? – exclamou César surpreso.
– É o pessoal de Katarina Glock.
– Puta merda!
César começou a se ajeitar e saiu seguindo a moça. De repente, ele parou e se virou para Carlos, que ainda estava parado na sala de reunião.
– O que é que você está fazendo aí parado? Você vai comigo!
– Eu? Mas o senhor sabe que eu não dou entrevistas! – exclamou Carlos.
– Mas hoje você vai responder por mim.
Carlos respirou fundo, fazendo um muxoxo.