O som irritante do despertador anunciava o amanhecer de um novo dia. Lúcio acordou meio agitado, pensando ter perdido a hora de levantar para ir ao colégio. Levantando às pressas, desceu correndo as escadas, quase se acidentando novamente. Para sorte dele, Mônica já estava acordada, preparando o café da manhã e o informou que ele ainda havia tempo suficiente para ele se arrumar e tomar o café.
- Tenha cuidado, meu filho! Não vá querer voltar para o hospital! Ainda são sete horas. Vá tomar banho e se arrumar. Já estou preparando seu café.
- Não posso me atrasar, mãe. Hoje é o primeiro dia de aula. Ainda tenho de passar na casa da Jaque para irmos juntos.
- Certo. Vou tentar adiantar aqui. Mas vê se não sai por aí correndo. Você acabou de sair do hospital.
- Tenha cuidado, meu filho! Não vá querer voltar para o hospital! Ainda são sete horas. Vá tomar banho e se arrumar. Já estou preparando seu café.
- Não posso me atrasar, mãe. Hoje é o primeiro dia de aula. Ainda tenho de passar na casa da Jaque para irmos juntos.
- Certo. Vou tentar adiantar aqui. Mas vê se não sai por aí correndo. Você acabou de sair do hospital.
Após o rápido banho, Lúcio voltou ao quarto para se arrumar. Pôs apressadamente o uniforme escolar, jogou o caderno e o livro misterioso dentro da mochila e saiu correndo do quarto. Lúcio havia dormido pensando naquele livro. Não poderia esquecê-lo em casa, já que tinha combinado com Esteves, na noite anterior, que iriam procurar o símbolo na biblioteca da escola. Jogou a mochila nas costas e desceu a escada aos pulos. Cinco minutos após sentar-se na mesa para o desjejum, Lúcio já encontra-se em frente à casa, fechando o portão, e indo em direção à casa de Jaqueline.
Lúcio morava a quatro quadras do colégio. A casa de Jaqueline ficava no meio do caminho, no fim de uma rua transversal à via principal. Alguns minutos após sair de casa, ele já estava tocando a campainha da porta da casa da namorada que, impressionantemente, já estava pronta para sair. Após um longo abraço e um beijo bem apaixonante, eles saem de mãos dadas em direção à escola.
No caminho, foram conversando sobre a conversa que Lúcio tivera com o doutor, sobre o presente que ele havia recebido e sobre as visitas que Jaqueline havia recebido em casa na noite anterior. Lúcio também contou à namorada sobre a conversa que tivera com Esteves na noite passada e sobre o que iriam fazer na hora do intervalo.
Estavam tão distraídos com a conversa que nem perceberam que tinham chegado à porta do colégio. Jaqueline percebeu então que, em nenhum momento, o namorado havia falado do pesadelo que vinha tendo desde o aniversário. Animada com a possibilidade de aquela fase ter passado, ela resolveu não comentar sobre o assunto e simplesmente perguntou, animada, para ele:
- Algum problema se eu for com vocês procurar esse tal livro?
- Claro que não, amor - responde Lúcio -. Eu estava contando com a sua ajuda.
Assim que entraram no corredor principal, o sinal que indicava o início da primeira aula tocou.
A primeira aula era de matemática. Ambos estavam na mesma turma. Entraram e encontraram Esteves, debruçado sobre a mesa, tirando um cochilo. Lúcio sentou-se entre o amigo e a namorada, assim poderia conversar com os dois sem chamar muita atenção. Ele deu uma batida no ombro do amigo que acordou reclamando por estar com muito sono. Porém, quando se deu conta que era Lúcio, ficou muito animado e com vontade de conversar. Não conseguira dormir direito pensando sobre o livro e ainda sentindo arrepios quando lembrava do choque que levara só de tocar nele.
Poucos instantes após o sinal tocar, o professor entra na sala e inicia a aula, interrompendo a conversa dos três. Teriam de deixar a conversa para depois da aula. O assunto do dia foi de Geometria. Muitos alunos acharam bastante interessante e estavam esperançosos de se darem bem nesta disciplina. Lúcio estava entusiasmado com todas as disciplinas deste ano letivo, mas, no momento, estava com dificuldades em prestar atenção à aula. A visita à biblioteca estava tomando totalmente a sua atenção.
Após estudar um pouco sobre as figuras planas e sobre polígonos regulares, iniciou imediatamente a aula de história. Os alunos nem tiveram tempo de respirar. O mundo pré-histórico e suas civilizações tomaram conta da aula. Apesar de Margareth ser uma excelente professora, Jaqueline não conseguia entender metade das coisas que ela estava falando. Nunca fora boa com histórias e parece que não havia dormido direito, preocupada com o namorado. Metade da manhã havia passado e ela ainda estava pensando sobre os problemas de Lúcio. Será que a conversa com o doutor e tudo o que ele lembrou naquela conversa dentro da sala o havia curado?
Em meio aos pensamentos, Jaqueline desperta com o som da campainha que indicava o intervalo. Lúcio já estava com a mochila arrumada atrás das costas, estendendo a mão para a namorada se levantar.
- Vamos, amor. Temos somente meia hora até a aula de física começar. - Lúcio a apressa, carinhosamente.
- Vamos, seus molengas. - grita Esteves, já na porta da sala. Ninguém viu como ele foi parar lá tão rápido. Estava muito empolgado para encontrar o livro.
- Já estou indo - responde Jaquieline -. Acho que cochilei aqui na cadeira.
Os três alunos saíram correndo em direção à biblioteca. Fuçaram quase todas as estantes até acharem o livro numa sessão de literatura antiga. O livro era bem velho, estava com muita poeira e parecia haver algumas páginas rasgadas. Imediatamente, Lúcio abriu a mochila e retirou o livro que ganhara de presente. Colocou os livros um ao lado do outro para compararem os símbolos. Apesar da capa estar bem gasta, dava claramente para ver que os símbolos eram bem parecidos. Além do símbolo, o título, em letras imensas, o chamara a atenção: A maior guerra do Lácio.
O sinal que avisava que a última aula estava começando acabara de tocar. Lúcio pegou o livro e foi ao balcão fazer o empréstimo. Pelo que ele pode notar, o livro não havia sido emprestado muitas vezes. Ele esticou o pescoço para olhar a ficha de empréstimos. Ele parecia ser era a segunda pessoa que pegava o livro emprestado desde que o livro chegara na escola. No ano anterior um aluno do primeiro ano também o tinha pego emprestado. Lúcio pegou rapidamente a ficha na mão da bibliotecária para assinar. Tinha de correr para não perder a última aula da manhã. Quando começou a assinar a folha, reparou no nome da outra pessoa que fez o empréstimo no ano anterior.
- Marcos? - fala assustado Lúcio, lendo o nome do primo na ficha.