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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Ás de Ouros - Capítulo 10 [10]


Lucas descia as escadas alisando a cabeça. Seus olhos estavam praticamente fechados ainda, como se ele ainda estivesse dormindo.
A sala de estar da casa em que morava era bem ampla e possui uma mobília num estilo colonial, cada uma decorada com porcelanas ou pratarias. A porta da varanda era larga e permitia que o sol iluminasse toda a sala, causando um efeito bonito quando a luz refletia no piso de madeira. Na parede, não haviam fotos da família, apenas quadros antigos. Helen, sua mãe, estava pensativa sentada no sofá e quando ela o percebeu descendo começou a enxugar o rosto.
– Como está Naldo? – perguntou ela com a voz trêmula.
– Então... – Lucas não conseguia pensar muito bem. – Então, tudo isso foi real? Meus tios estão realmente mortos?
Sua mãe respondeu apenas com um soluço alto. Lucas foi se arrastando a passos lentos e se jogou no outro sofá.
–Naldo está lá em cima. Acho que ele ainda está dormindo, eu não chequei.
O garoto parecia ainda não estar processando as informações.
– E... – Lucas não sabia o que perguntar. – E já sabem quem ou por que? – ele nem deu tempo da mãe responder. – Cadê o meu pai? Como está ele?
– Seu pai está lá no quarto, providenciando algumas papeladas e fazendo algumas ligações. Ele está devastado. Também não poderia estar diferente. Era o único irmão dele e eles muito próximos.
– E Naldo? Como será daqui pra frente?
– É, claro que ele ficará conosco! ­– as palavras de Helen chegaram a soar agressivas. – Eu darei total liberdade para ele rearrumar o quarto de... – ela soluçou mais – o quarto de Jorge.
Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.
– Vou verificar se ele está acordado.
Helen se levantou enxugando o rosto e subiu as escadas.
...
No quarto no andar de cima, Naldo estava deitado na cama abraçado com dois travesseiros. Seus olhos estavam vivamente abertos e cheios de lágrimas. Sua respiração era lenta. Naldo ainda estava em choque pela morte de seus pais, mas seus pensamentos focavam em apenas uma coisa:
Esse assassino terá o que merece.

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